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Combinação entre fomento e alto rendimento tem sido o segredo para expansão do 3×3 Brasil

Por: Edson Garcia

São Paulo, 27 de março de 2018 – O início da temporada do basquete 3×3 costuma ser menos movimentado. Mas em 2018 não tem sido bem assim graças às muitas ações nas unidades do Sesc. Esse trabalho envolveu diferentes manifestações do esporte, como o alto rendimento e o esporte de participação, seja por meio de torneio, clínica ou outra atividade, o que acaba contribuindo para que mais pessoas sejam atingidas. Confira a lista de unidades do Sesc atendidas: Osasco, Dom Pedro II, Carmo, Belenzinho, Consolação, Pinheiros, Registro, Piracicaba, Ribeirão Preto, Jundiaí, Santo André e Campinas. Outras nos receberam em 2017, caso de Sesc Ipiranga, Interlagos, Santo Amaro, Pompeia, Itaquera, Campo Limpo e Presidente Prudente.

Tratando-se do esporte de participação, podemos destacar as atividades realizadas com o público da terceira idade nos Sescs Jundiaí e Pinheiros, e a apresentação de basquete adaptado junto ao Sesc Carmo e a AEDREHC/CA Ypiranga. No caso da atividade com o Sesc Carmo, ainda usamos o espaço público para realizar o evento, o que ocorreu com outras unidades e é algo que está no DNA do basquete 3×3, assim como a cultura hip hop.

 

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Essas atividades resultaram em um maior número de praticantes e espectadores da modalidade, sendo muitas vezes o primeiro contato dos participantes com o esporte. Esses são componentes essenciais também para desenvolver o esporte de rendimento e é por isso que ele caminha lado a lado com o esporte de participação: mais espectadores/interessados resulta em maior audiência nas mídias sociais e TV, que atrai mais patrocinadores e permite desenvolver melhor o produto, que além de tudo terá mais praticantes para se selecionar os melhores e formar equipes fortes. Nesse caso, como muitos dos novos praticantes são crianças e adolescentes, é preciso que o trabalho seja contínuo para formar esses atletas e fazer um 3×3 Brasil ainda mais forte no futuro, o que é uma preocupação mundial após a entrada do basquete 3×3 nos Jogos Olímpicos.

Esse efeito cascata já está sendo visto mesmo em menos de um ano após o anúncio de que a modalidade entrou no programa olímpico. A Rede Globo transmitiu o Gigantes do 3×3 no Esporte Espetacular e teve uma audiência de mais de 30 milhões de pessoas, assim como a cobertura por meio dos canais de comunicação digital e impresso aumentaram, os jogadores estão sendo procurados para entrevistas e até universitários estão usando o basquete 3×3 para desenvolvimento de seus projetos e pesquisas.

Ao mesmo tempo, esse sistema itinerante contribuiu para que algumas das melhores equipes da Liga ANB3x3 fossem descobertas, caso de Presidente Prudente, por exemplo. A equipe foi campeã do torneio realizado no Sesc da cidade, jogou a final da Copa do Brasil em 2017 e acaba de ser campeã do Jogo das Estrelas 3×3, torneio realizado no Ginásio do Ibirapuera em parceria com CA Paulistano, Liga Nacional de Basquete e Sky. Com a atual terceira colocação na classificação da Liga ANB3x3, é muito provável que a equipe esteja na briga pelos torneios que valem vaga ao World Tour. Do Sesc para o World Tour, já pensou? A equipe, inclusive, tem desenvolvido certa rivalidade contra o tradicional Rio Preto Guarani por se encontrarem em diversas vezes na temporada, todas com vitória dos prudentinos, o que no início foi uma enorme surpresa. Esse processo de criação de rivalidades faz parte do desenvolvimento da Liga ANB3x3, que busca formalizar as equipes e aumentar o nível técnico dos jogadores brasileiros. Outras rivalidades que podemos citar são entre Hi-Nutrition SP com São Paulo DC e Santos/Fupes com Memorial/Fupes Santos. Poderemos ver novos capítulos dessas rivalidades nas próximas etapas da Liga ANB3x3, que serão nos principais torneios da temporada: Circuito Paulista e Copa do Brasil.

 

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Mas a equipe que melhor representa esse desenvolvimento combinado entre esporte de rendimento aliado às outras manifestações – participativo e educacional – é o NQS Florianópolis. A sigla da equipe significa Nós Que Somos Cultura na Cesta, um projeto social que atende as comunidades carentes do estado usando o 3×3 como ferramenta de educação e inclusão social. Em sua primeira participação na Liga ANB3x3, a equipe conseguiu a medalha de prata e teve os dois maiores pontuadores do campeonato, mas a verdade é que seu trabalho social por si só já vale um título.

Outra cidade que tem feito isso é Rio do Sul-SC. Além de ter a equipe 4Team Basketball SC, participante da Liga ANB3x3 que tem o apoio da prefeitura da cidade, o 3×3 está desenvolvido de tal forma na cidade que eventos escolares e universitários estão marcados para 2018. Santa Catarina, aliás, é um dos principais estados do 3×3 Brasil junto a São Paulo e Rio de Janeiro, mas está no caminho para ser o principal no futuro. A cidade de Brusque-SC, por exemplo, sediará um torneio com categoria para cadeirantes, o que a ANB3x3 fez em seu Challenger Internacional de 2017, mas não costuma ser tão rotineiro.

Por fim, o Campo Grande NKB tem sido o responsável pelo desenvolvimento do 3×3 na região central e já foi tema de reportagem regional, enquanto o nordeste sediou um torneio classificatório para a Copa do Brasil em 2017 na cidade de Fortaleza-CE e, em 2018, terá Jucás-CE como etapa com pontuação para a Liga ANB3x3. Rondônia tem sido o estado que tenta impulsionar o 3×3 Brasil na região norte, com 3 torneios já realizados e interesse direto da federação local. Não dá para negar que o 3×3 Brasil é cada vez mais nacional e que esse desenvolvimento em conjunto tende a fortalecer mais nossas equipes e seleções, mas que os resultados conseguidos no esporte de alto rendimento têm relação com o fomento da modalidade e o desenvolvimento das manifestações de esporte de participação e educacional.

 

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